
Ontem à noite, numa ânsia louca,
comi algumas hortências, antes
de lançar-me em navios de vômitos.
A noite era desértica
e seus cabelos, longínquos.
Na noite crisálida
os besouros não eram negros.
Essa mesma noite
de chuva minha irmã de signo
presa num bizarro triangulo
Diário utópico escrito nas noites de lua
Velásquez e a Vénus
do espelho
e essa dor?
vago nessas ruas escuras
e mais uma vez
sinto renascer os pirilampos
daqueles tempos em que eu
nem existia.
Poemas de Nelson Magalhães Filho publicados no Livro A cara do fogo, 1998.
Um comentário:
Zina, os livros de Buenas(NMF), são indispensáveis, gosto demais da Flor do Láudano, parceria com Denise, também grande poeta.
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